Editorial
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Abstract
Apresentamos a terceira edição da Revista de Administração Contemporânea (RAC), evidenciando mais uma vez a riqueza de abordagens metodológicas.
O primeiro artigo, Mozart, Rock e a Ativação da Criatividade, de Guilherme Macedo de Souza Tieppo, Germano Glufke Reis e Djair Picchiai, "investiga o efeito da estimulação cognitiva por meio da música sobre o pensamento divergente".
O segundo artigo, As Múltiplas Funções do Orçamento Empresarial, Daniel Magalhães Mucci, Fabio Frezatti e Mamadou Dieng discute "a ideia de múltiplas funções do orçamento empresarial e investiga sua associação com a percepção de utilidade e relevância do artefato".
Já o terceiro artigo, O Ensino de Empreendedorismo com Fundamento na Teoria Effectuation, de Marcus Alexandre Yshikawa Salusse e Tales Andreassi, tem por objetivo "compreender como professores ensinam empreendedorismo com fundamento na teoria effectuation".
No quarto artigo, Trajetórias de Consumo: O Sujeito-Consumidor de Serviços Bancários na Terceira Idade, Marlon Dalmoro e Kasiana Vittorazzi analisam "a construção do sujeito-consumidor de serviços bancários na terceira idade".
O quinto artigo, O Impacto da Interação Social na Adaptação Hedônica do Consumidor, de Gabriela de Souza Neves e Vinicius Andrade Brei, "analisa se a interação com amigos, em situações de compra e consumo, é capaz de influenciar o nÃvel de prazer que prevemos que vamos sentir e o prazer que efetivamente sentimos com um produto após a compra".
O sexto artigo, International Financial Reporting Standards and Earnings Management in Latin America, de Alex Augusto Timm Rathke, Verônica de Fátima Santana, Isabel Maria Estima Costa Lourenço e Flávia Zóboli Dalmácio, traz uma análise do "nÃvel de gerenciamento de resultados na América Latina após a adoção das International Financial Reporting Standards (IFRS)".
Considerando as orientações do Manual de Boas Práticas da Produção CientÃfica sobre a "publicação de artigo de autoria de dirigentes das instituições mantenedoras do periódico ou de quaisquer dos integrantes do Comitê de PolÃtica Editorial ou do Corpo Editorial CientÃfico", a avaliação do artigo de Fábio Frezatti, membro do Corpo Editorial CientÃfico, seguiu o padrão de análise do periódico.
Vale a pena também destacar que alguns artigos têm um prazo entre a submissão e a aprovação reduzido, uma vez que foi contabilizado o ciclo no ScholarOne Manuscript em função de solicitação de prazo pelos autores para encaminhamento da versão ajustada e de migração de sistemas de editoração, conforme discutido em editorial anterior (Kimura, 2016a).
Aproveitamos este editorial para continuarmos a discussão, iniciada em Kimura (2016b), sobre revisão por pares. Um dos aspectos fundamentais para publicação cientÃfica envolve a avaliação por pares (Campbell, 2006). Apesar de crÃticas que podem ser levantadas em relação ao processo (Horrobin, 2001; Shatz, 2004; Spier, 2002), estudos como o de Mulligan, Hall e Raphael (2013) indicam que a avaliação por pares auxilia na melhoria de artigos. Diversos apontamentos sobre desafios encontrados com relação à avaliação por pares foram apresentados no editorial anterior. Em particular, é importante ressaltar que a revisão de artigos é uma atividade inerente a pesquisadores que desejam publicar seus trabalhos.
Infelizmente, não é incomum pesquisadores entenderem a avaliação por pares como atividade secundária, atribuindo pouca importância ao processo. Mesmo quando frequentemente acionam outros avaliadores ao submeterem seus artigos, diversos pesquisadores sequer atendem aos pedidos de pareceres encaminhados por periódicos.
Cada artigo submetido por um autor mobiliza pelo menos dois pareceristas. Dessa forma, a revisão de artigos pode ser vista como contrapartida, na qual pesquisadores alocam seu tempo e usam sua expertise para contribuir no aprimoramento de trabalhos de outros estudiosos. Porém, mais do que uma contrapartida para o processo de editoração cientÃfica, a avaliação por pares pode ser vista como uma oportunidade de aprendizado.
Ao avaliar trabalhos de outros pesquisadores, o parecerista pode tirar proveito de diversos benefÃcios. Em primeiro lugar, pode ter contato com novas perspectivas de análise ou métodos de investigação em sua área de pesquisa. Em segundo, o parecerista pode ter acesso a subtemas e a referências bibliográficas que possam contribuir para suas próprias pesquisas futuras. Em terceiro, mesmo quando o trabalho avaliado não apresenta novidade, o avaliador ainda pode se beneficiar, aprimorando sua expertise em elaborar artigos a partir das deficiências identificadas no artigo analisado.
Outro benefÃcio de realizar avaliações é entender os pontos de atenção que o periódico valoriza. Assim, atuando como parecerista, o pesquisador tem acesso ao formulário de avaliação do periódico. Como cada journal pode possuir perfil e escopo diferenciados, compreender os aspectos considerados relevantes para o periódico permite que o avaliador aprimore suas próprias submissões.
A oportunidade de aprendizado pode parecer mais direcionada para pesquisadores menos experientes. Todavia, tendo em vista caracterÃsticas da área de administração, pesquisadores de diversos estágios na carreira podem se beneficiar de um aprendizado em avaliação de artigos.
Há cerca de uma década, grande parte da produção cientÃfica da área de administração focava trabalhos apresentados em congressos ou conferências. Considerando seu objetivo de constituir um fórum de discussão de pesquisas, os congressos usualmente estabeleciam avaliações menos rigorosas e mais sucintas do que pareceres para periódicos.
Assim, alguns pesquisadores, mesmo com maior senioridade, quando solicitados a analisar artigos submetidos para periódicos, ainda têm o costume de realizar pareceres similares aos que elaboravam para congressos. Alguns pareceristas apenas atribuem notas aos quesitos indicados pelo periódico, sem incluÃrem comentários textuais que permitam contribuir de forma mais contundente para um eventual aprimoramento do trabalho. Outros avaliadores escrevem apenas uma frase, dando uma opinião geral sobre o artigo, sem indicações especÃficas. Essas situações geram a necessidade de a equipe editorial buscar outros pareceristas, alongando o processo de análise.
Em outras situações, felizmente raras, os avaliadores emitem pareceres sem cuidado com tom nem formato. Nessas ocasiões, o próprio editor acaba realizando uma edição do parecer, amenizando ou eliminando trechos agressivos ou pouco construtivos, e até mesmo fazendo a revisão gramatical do parecer. Apesar de as avaliações serem realizadas por intermédio de um sistema, espera-se que estas sejam redigidas usando linguagem formal e seguindo as regras do idioma, inclusive as de concordância e pontuação.
Diversas fontes com dicas para a elaboração de pareceres estão atualmente disponÃveis. Sugere-se que potenciais pareceristas façam uma pesquisa nos sites dos principais publishers internacionais, que contêm materiais bastante ricos sobre as caracterÃsticas de uma boa avaliação. O aprendizado com a experiência de periódicos editorados por grandes publishers é extremamente atual e útil.
Desejamos a todos uma ótima leitura dessa nova edição.
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